quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

LALANDE verbete Arte: sentido A - Técnica - as 7 artes liberais

 


A. Em geral, conjunto de procedimentos que servem para produzir um certo resultado: "Ars est systema praeceptorum universalium, verorum, utilium, consentientium, ad unum eumdemque finem tendentium.” Definição comum a GALENO e a RAMUS segundo Goclenius, 125b. A arte opõe-se neste sentido: 1º à ciência concebida como puro conhecimento independente das aplicações; 2º à natureza, concebida como potência que produz sem reflexão. A este sentido ligam-se as expressões: Artes mecânicas: marcenaria, arte do engenheiro; Belasartes, aquelas nas quais o objetivo principal é a produção do belo e especialmente do belo plástico: pintura, escultura, gravura, arquitetura, arte decorativa; Artes liberais (ou as sete artes), divisão dos estudos nas faculdades de filosofia da Idade Média, compreendendo o trivium: gramática, retórica, lógica, e o quadrivium: aritmética, geometria, astronomia, música.




terça-feira, 17 de dezembro de 2024

LALANDE verbete Arte: sentido B ESTÉTICA

 

B. ESTÉTICA. Sem epíteto a Arte ou as Artes designam toda produção da beleza através das obras de um ser consciente. No plural, esta expressão aplica-se sobretudo aos meios de execução; no singular às características comuns das obras de arte. Neste sentido, a arte opõe-se ainda à ciência e as artes às ciências, mas de um outro ponto de vista: enquanto que umas dimanam da finalidade estética, as outras dimanam da finalidade lógica.


Página do livro The Art and Science of Ernst Haeckel (do original título Kunstformen der Natur e, em português: Formas de Arte da Natureza).


As belas ilustrações do biólogo Alemão, que contribuíram grandemente para a compreensão da ciência da vida, não cumpriram tanto uma finalidade estética quanto lógica através da estética?



Similarmente não atingem seu científico fim lógico através da estética as empolgantes visualizações de dados do sueco Hans Rosling, o homem que mostra o mundo com números que se mexem?



Assim, não parece que, embora a ciência busque a lógica com objetividade e precisão, não seria a beleza intrínseca em uma teoria elegante um poderoso elemento para que a ciência atinja seu objetivo de melhor explicar o mundo?


LALANDE, verbete Arte - CRITICA

 


CRITICA Tendo o sentido A envelhecido sensivelmente nas expressões artes mecânicas artes liberais, e mesmo na oposição entre a arte e a natureza, propomos consagrar especialmente a utilização filosófica desta palavra no sentido B, que é de longe mais frequente nos escritores contemporâneos (salvo em algumas expressões tais como arte racional [quando se fala da moral], arte militar; e ainda, mesmo neste caso, a compreensão subjetiva destas expressões é muitas vezes colorida por um reflexo do sentido B). Evitar-se-ia assim o enunciado escolástico do problema: "Se a lógica e a moral são ciências ou artes'', fórmula equívoca pela qual são sempre perturbados aqueles que se iniciam no estudo da filosofia.

O sentido A é propriamente a técnica*
Rad. int.: Art.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Arte, segundo Eugene Vèron (1882)

 



CAPÍTULO V


§ 1.° Olhar retrospectivo sobre o desenvolvimento histórico de cada arte.


A arte - já o vimos - nasce ao mesmo tempo que o homem; encontra-se em quase todos os seus atos e pensamentos. É para ele tão natural e necessária, que lhe regula a disposição das ideias e determina a cadência da linguagem. Numa época em que a única indústria consiste em talhar os silex em forma de flecha, de faca e de clava, já possui o homem uma arte, que se manifesta, indiretamente, pela própria maneira por que ele talha esses sílex, pela forma que dá a essas armas; diretamente, pela confecção de diversos ornamentos e, sobretudo, por desenhos já bastante completos para que possamos ainda hoje reconhecer os respectivos modelos. A música não lhe é mais estranha que as artes do desenho. Atestam-no. os instrumentos achados nas cavernas.

Quanto à dança e à poesia, só se podem fazer conjeturas; estas, porém, adquirem suficiente probabilidade, quando se atenta para o fato de que estas duas formas da arte sempre existiram, em vários graus, entre as populações selvagens, nas quais as artes do desenho não passavam do estado puramente rudimentar, povos esses que nunca foram privilegiados, como a raça branca o foi desde o princípio.

Esta arte espontânea, que não é mais que a manifestação inconsciente de uma aptidão natural e inata, ainda a encontramos na aurora dos tempos históricos. Os mais antigos hinos védicos, pelos quais os pastores árias, acampados nas margens do Indo, invocaram as divindades do céu luminoso em seu socorro, contra os demônios da noite, têm por caráter a expressão dos sentimentos de medo ou de fé. E mais 'notável e tal expressão por serem esses poemas coletivos despidos de qualquer propósito artístico, intencional procurado. Neles não há estudo nem esforço. A poesia destes hinos resulta simplesmente da sinceridade da emoção que os inspira Absolutamente subjetivos pelo caráter desses sentimentos, são eles muitas vezes objetivos pela forma sob a qual se expressam. A descrição é a forma que convém perfeitamente a esses poemas, em que se cuida de fenômenos astronômicos ou meteorológicos. Porém, essas descrições se transformam espontaneamente em dramas animados e vivos, pelo simples fato de que, para os Arias, tais fenômenos são manifestações de vontades contrárias ou favoráveis. Para eles, o céu e a terra, a luz, o sol, a lua, os ventos, a aurora, a noite, a nuvem, o fogo, as libações, o sacrifício e o próprio hino são divindades, isto é, seres voluntários e ativos, cujo poder, superior ao do homem e livre de qualquer lei, o ameaça com todos os males ou lhe assegura todos os bens, conforme ele consiga, ou não, conquistar-lhes a proteção ou desarmar-lhes a hostilidade

Destas concepções antropomórficas nascem inúmeras lendas, cujo sentido mais tarde se vai progressivamente dissipando. Os dramas celestes acabam por transformar-se em cantos heróicos, que se desvirtuam de geração em geração, chegando a produzir as grandes epopéias antigas.

Estas produções coletivas da raça trazem naturalmente os seus caracteres e exprimem os seus sentimentos. Ainda é arte impessoal, no sentido de não pertencer a nenhum poeta particular; é arte nacional.

Depois disto, nasce uma nova arte, ou melhor, uma nova forma de arte, que é a dos tempos modernos. A arte tornou-se consciente de si própria e, por este caráter, sobretudo, se distingue da arte anterior. A personalidade do artista revela-se gradativamente e exagera-se, por vezes , até a própria negação da arte, até a vaidade fatigante, que faz substituir a expressão sincera e espontânea dos sentimentos pelas interesseiras preocupações do poeta avido de êxito.
A arte ingênua e espontânea dos primeiros tempos acaba, assim, por ceder lugar a uma arte refletida e intencional, que teme expandir-se, porque sua emoção é superficial ou fictícia, e que, de decadência em decadência, se torna arte acadêmica. Mas a poesia não poderia perecer, e, para ressurgir, basta-lhe revigorar-se na verdade. Assim, aos periodos de depressão sucedem esplêndidos renascimentos. Depois da poesia dos Luce de Lancival e dos Delille, vem a dos Musset e dos Hugo.


A grande poesia pessoal origina-se do desenvolvimento o espírito de análise, o que não a impede de sucumbir, uma vez por outra. Desde que o homem se põe a examinar-se introspectivamente, empenha-se em profundar cada vez mais esse exame, e a curiosidade acaba por prevalecer sobre interesse artístico. Por efeito do espiritualismo exclusivo das doutrinas pseudofilosóficas, que se adestram em separar os fenômenos morais de suas causas fisiológicas, e a isolá-las num mundo imaginário, as teorias psicológicas invadem gradativamente o domínio da poesia, reduzindo, afinal, suas criações a fantasmas inanimados, a puras abstrações, que não podem ter realidade senão nas esferas etéreas habitadas pelos metafísicos.


Esta exageração psicológica não poderia durar muito tempo. A rigor, pode satisfazer a uma sociedade requintada, acostumada a viver numa atmosfera artificial, ávida de sutilezas aristocráticas, como era a do fim do século XVII Mas, desde o momento em que a literatura, em vez de comportar-se nos limites da classe que reflete, pretende projetar-se mais amplamente, e inevitável a sua transformação, a fim de pôr-se em conformidade com os sentimentos e o gosto de seu novo público.E o que realmente acontece, a despeito dos esforços dos fetichistas do passado, que, a todo transe, querem retê-la pelos vinculos de uma tradição já ininteligível para as massas
○ que estas requerem é a sinceridade e a vida na arte; a vida verdadeira e real. É esta necessidade que explica o prodigioso desenvolvimento do teatro em nossos dias. A tal respeito, não nos devemos iludir com os nomes de Corneille, Racine e Molière. Só em nossos dias é que o teatro penetrou nos hábitos do público. O mes mo se pode dizer do romance.
Estes dois gêneros sofrem uma transformacão quese acentua, dia a dia, `no mesmo sentido, isto é, no sentido popular.


O romance e o teatro
aristocrático do século XVII foram progressivamente substituídos pelo romance e pelo teatro burguês, à medida que o movimento social e político se acentuava nesse sentido. Chegamos hoje ao drama e ao romance verdadeiramente humanos, compreendendo toda a sociedade ○ campo tornou-se tão vasto quanto a própria humanidade. Igualmente, o processo se transforma. descrição e a sábia anatomia cedem lugar a ação. E pela sequência das cenas e dos atos que se pintam os caracteres, tanto na poesia como na vida real. Surge uma arte nova, que se eleva por entre o clamor de alarma dos amantes da bela literatura.


Mas, desde já, é fácil ver que seu futuro está garantido, e que a tirania da convenção acadêmica vai receber mais um profundo golpe.



A dança começou por ser simplesmente o efeito espontâneo da necessidade de movimento, que resulta de certos impulsos d'alma. Tornou-se uma arte, por efeito do ritmo, que, regulando e cadenciando os movimentos a fez capaz de exprimir um número maior de sentimentos; e, por efeito da imitação, que lhe favoreceu traduzir por gestos e atitudes as principais ocupações da vida. Existiram danças da guerra, da religião, da colheita, da vindima, etc. Chegou-se mesmo a imitar o movimento dos astros e as mais importantes cenas das grandes lendas cósmicas e heróicas. Assim é que a dança espontânea dos primeiros tempos acabou por tornar-se um espetáculo, tanto no teatro grego quanto na ópera moderna.


A música provém de uma fonte análoga, Seu primeiro embrião está no grito espontâneo de alegria ou de dor, de amor ou de cólera, fecundado e diversificado pelo ritmo, submetido às regras das combinagões e harmonias aceitas pelo ouvido, Seu domínio alarga-se à medida que a observação aprende a reconhecer as relações que existem entre os sons e as emoções da alma humana ○ canto primitivo expressão de um sentimento único e definido, e portanto, restrito e monótono, desenvolve-se até dar origem à melodia moderna com a variedade e a agilidade das intonações, que fazem a alma passar por uma série de mutações inesperadas
Depois, à medida que a análise psicológica se adianta, e que o ouvido se habitua à diversidade e à multiplicidade dos sons, a harmonia se reúne à melodia, adicionando os efeitos da simultaneidade dos timbres e das notas aos efeitos da sucessão. Enfim, chega-se a somar a simultaneidade dos diversos timbres à das notas diferentes, a tal ponto, que se pode indagar qual será o limite de compreensão do ouvido.


As artes da vista seguem uma progressão semelhante
A escultura, que cria diretamente as formas completas, com suas três dimensões, parece ter sido a primeira, mesmo antes.do desenho. As armas, os instrumentos, os adornos de pedra lascada já são escultura O homem das cavernas rebusca a elegância na forma, a variedade no aspecto, e este rebuscamento é tão espontâneo, que será difícil atribui-lo àa imitação. Só mais tarde a imitação intervém. Então, põe-se ○ homem a reproduzir a forma dos vegetais, dos animais e do próprio homem. Estas imitações, mais ou menos grosseiras a princípio, completam-se pouco` a pouco, à medida que os utensilios se aperfeiçoam e que a vista adquire mais experiência. Os mais antigos monumentos, que nos ficaram da escultura egípcia e assíria, já são notáveis pela escolha inteligente dos traços característicos talvez, mais do que os das épocas posteriores. Os gregos, apaixonados pela beleza das formas vivas e, principalmente, pela forma humana, não se cansam de reproduzi-las sob todos os seus aspectos. Uns, não `tendo outra finalidade além da própria imitação, copiam-nas com fidelidade e exatidão tais, que demonstram não ser o realismo tão moderno como se imagina; outros, procurando na escultura a interpretação de suas lendas religiosas ou heróicas, são logicamente levados ao tipo, como os poetas da epopéia e do drama, não em virtude de uma teoria preconcebida, como ensinam os metafísicos, porém simplesmente. porque seu objetivo é, sobretudo, representar a qualidade ou o atributo especial que personifica a divindade, cuja estátua executam.

Os deuses de Fidias e de Policleto são majestosos e impassíveis; mas esta imóvel serenidade do rosto e da atitude não impede que os corpos tenham vida. Os corpos palpitam, o sangue lhes corre nas veias e todas as aparências da vida estão representadas de maneira tão prodigiosa, que se tem a tentação de apalpar para convencer-se de que são de mármore. A geração que sucede a estes grandes artistas distingue-se por um acentuado esforço no sentido de exprimir os sentimentos humanos; como na tragédia, essa tendência progride rapidamente. Pretendeu-se ver nisso um esboço de decadência. Cremos que aí está um erro, que se explica pela obstinação com que alguns querem julgar tudo sob o ponto de vista do ideal platônico
A escultura moderna, certamente, não é comparável à da Grécia, quanto à perfeição da forma. Há para isso motivos, que mais tarde explicaremos Porém ela é superior sob outro aspecto; a expressão do caráter e a intensidade da vida moral,
É impossível remontar às origens da pintura com alguma segurança. Entretanto, o próprio entalhe de certos objetos dos tempos pré-históricos prova suficientemente que os homens eram. desde então, sensíveis à diversidade do colorido e dos jogos de luz. prazer que os mais selvagens agregados sentem em contemplar certas cores, o costume que têm de praticar a tatuagem e tingir a pele, os dentes e os cabelos, demonstram claramente que este gosto é instintivo. Portanto, podemos, sem temeridade, admitir que a pintura não seja muito menos antiga que a escultura, se bem que, por motivos fáceis de conceber, não nos tenha ficado nenhum monumento igualmente antigo. A pintura repousa num conjunto de convenções de tal modo complexas, e seus processos pressupõem tal multiplicidade de conhecimentos, que é naturalíssimo não ter ela atingido, senão muito mais tarde, um grau de relativa perfeição. Temos boas razões para crer que, nos belos tempos da Grécia, a pintura não passasse de escultura pintada.



Hoje, porém, a situação é outra. A pintura, que é apenas uma convenção, tornou-se a mais apta de todas as artes para lutar contra a realidade. Esta criação, saída gota a gota do cérebro do homem, chegou a ser o mais perfeito espelho das coisas e o meio mais completo e expressivo de traduzir as impressões do homem em face dos espetáculos da natureza Toda a sua história se explica por este duplo caráter: ns, atendendo somente ao seu poder de imitação e, arrebatados por seus maravilhosos efeitos, limitaram seu papel à tradução literal dos espetáculos visíveis, concluindo por suprimir da arte a emoção, a poesia, isto é, o próprio homem, para não deixar subsistir senão o ofício; outros, ao contrário, fascinados pelo seu poder de expressão, chegaram a considerar esta arte uma espécie de suplemento à linguagem escrita ou falada, e tentaram impor-lhe as simplificações, as abreviações e as convenções que ousoe a necessidade sempre acabam por introduzir em toda espécie de linguagem.

Grandes pintores são aqueles que têm podido resistir a essas duas correntes e conciliar numa suprema unidade este duplo caráter da pintura Atualmente, após diversas oscilações, o público, fatigado das simplificações da escola acadêmica e das fantasias, por vezes, artificiais da escola romântica recai na procura do verdadeiro; tem sede de sinceridade. Encontramos na pintura de nossos dias os mesmos indícios de luta, que tínhamos já assinalado na poesia, e que estão no fundo do pensamento contemporâneo. Em toda a parte e em todas as coisas, este pensamento persiste e exige a verdade. E a pintura, a fim de obedecer a esta tendência, mergulha mais fundo que nunca, no estudo da natureza e da realidade para ai encontrar novos e mais fortes meios de expressão, mais de acordo com as exigências do espírito moderno

A arquitetura tornou-se uma arte, mas principiou por ser outra coisa. O primeiro homem, que teve a idéia de cavar um abrigo na terra ou de construir para si uma cabana, por certo não sonhou com a criação de uma obra artistica. Obedeceu a uma preocupacão, com a qual nada tinha que ver a estética, tal como o primeiro que talhou um machado de silex. A arquitetura nasceu, pois, de uma necessidade meramente física. Mas, pelo simples fato de uma cabana oferecer à vista um conjunto de linhas e superficies, era de prever-se que sentimento inato da arte acabasse por manifestar suas preferências, dando às linhas e às superfícies disposições mais agradáveis à vista. Tais preferências tiveram naturais oportunidades para revelar-se e fixar-se, quando da construção das habitações destinadas aos deuses e aos potentados; os templos e os palácios, para ser dignos de seus habitantes, deviam distinguir-se dos abrigos reservados ao vulgo, por sua grandeza, por sua magnificência e pelo caráter de sua decoração. i está o germe de tudo mais. A construção e a decoração, subordinadas à natureza dos materiais e ao destino `dos edifícios, produziram espontaneamente os vários gêneros de arquitetura, considerados em suas linhas gerais. Em seguida, por um lógico trabalho de concentração e assimilação, analogo ao que se nota, na formação das grandes lendas e epopéias antigas, cada qual destes géneros se completou com tudo que pudesse contribuir para a expressão do pensamento, que se pode encarar como constituindo o centro e c núcleo de toda a combinação. Como na epopéia ou na música, esta combinação, primitivamente, não é mais que uma harmonia sucessiva de linhas mais ou menos expressivas, de idéias ou de sentimentos, corr a diferença apenas de que os sinais que se reunem e combinam na epopéia e na musica são palavras e notas, ao passo que, na arquitetura, são linhas formas e cores, exatamente como na escultura e na pintura Poderá dizer-se, mesmo, que a arquitetura não passe de uma extensão da escultura. Esta analogia torna-se patente diante dos templos subterrâneos da índia, cavados inteiramente num só bloco de pedra. Há, porém, esta diferença: a escultura imita muito mais ordinariamente as formas fornecidas pela natureza, ao passo que o conjunto do modelo arquitetônico só existe no pensamento do arquiteto.


Estando, assim, determinados os caracteres mais ostensivos de cada uma das artes, podemos finalmente abordar a definição geral da arte.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

2 teses sobre a passividade brasileira ante o ataque americano à Petrobras: 1:Todos corruptocratas reféns dos EUA + 2:MRE Serra comparsa dos EUA desde 2009.





Este ensaio pretende sugerir explicações para duas questões levantadas pelo colunista André Araújo no JornalGGN diante do seguinte fato:

"Por fatos ocorridos no Brasil entre brasileiros, a Petrobras está sendo investigada e processada pelo Departamento de Justiça dos EUA. Antes mesmo de uma acusação formal, a Petrobras, em atendimento aos procuradores americanos da Divisão Criminal, chefiada por Leslie Caldwell, contratou dois escritórios americanos para fazer uma investigação de todos os contratos da Petrobras ao custo, até agora, de R$ 400 milhões de honorários, apenas para essa investigação interna. Os honorários dos advogados de defesa em Washington não estão nesse valor.
O Departamento de Justiça não enviou ainda o processo à Justiça, a regra lá é fazer acordo com o Departamento para evitar que o processo vá a julgamento. Nesse caso, o valor do acordo é estimado em torno de US$ 2,6 bilhões. Assinado um acordo com a  PETROBRAS,  a questão não estará terminada. A PETROBRAS deverá aceitar ser monitorada por 10 anos por um escritório aprovado pelo Departamento de Justiça, que obviamente será americano".
http://jornalggn.com.br/fora-pauta/petrobras-pagando-tributo-a-washington-por-andre-araujo

Tese 1. Nenhum político brasileiro que tenha/teve significativo poder ousará contrariar os EUA simplesmente porque sabem que a NSA grapeou todo mundo e como na democracia representativa chega-se ao poder somente atraves de toma-lá-dá-cá todo mundo tá refém das chantagens americanas;

Tese 2.O Atual Ministro das Relações Exteriores José Serra nada fará porque desde 2009, como provou o Wikileaks por documentos diplomáticos americanos, se sabe que José Serra era o principal apoiador das Petroleiras americanas no lobbie contra a a lei de regime de partilha votado à época que dava exclusividade da Petrobras na exploração do Pré-sal garantindo maiores recursos pra educação brasileira.

Explicando a questão 5 com a tese 1:

Questão 5:
"Não houve reação diplomática, política, viagem do Ministro da Justiça à Washington para enfrentar seu colega americano, telefonema do Ministro das Relações Exteriores ao Departamento de Estado, visita do Embaixador do Brasil à Divisão Criminal do Departamento de Justiça. Nada! Absolutamente nada! Pelo visto o Governo brasileiro acha normal a extensão extraterritorial da jurisdição americana. Pior ainda, a mídia brasileira acha não só normal como muito bom e ainda elogia o Governo americano (Programa Três em Um da Rádio Jovem Pan, Madureira diz "Olha que bacana, foi o FBI também quem prendeu o Al Capone", como se o Brasil fosse igual ao Al Capone".

Tese 1:
As agências de investigação americanas não precisam infiltrar agentes no Brasil e muito menos perder tempo quebrando senhas de nenhuma rede de dados ou disco rígido de qualquer compurador(mesmo tendo tecnologia pra isto) pois as nossas porteiras para a vigilância global americana já estão todas escancaradas pois geralmente usamos sempre equipamentos e softwares americanos(Windows, Oracle Java, iPhone, Android, WhatsApp, Facebook, Google, etc...) e os mesmos são mantidos sempre com brechas de segurança atualizadas para o livre acesso e indexação das infomações por parte da NSA/CIA/FBI(lembram daquelas mensagens diárias de atualizações de segurança do Java e do Windows? Poize! Ali tanto se atualizam as brechas de segurança quanto se podem enviar pacotes de dados criptografados informando à NSA sobre conteúdos relevantes à espiar: basta um caractere diferente numa mensagem pra sinalizar que existem informações de certo tipo de interesse ali na máquina Windows ou Apple ( E certamente até do Linux Ubuntu já que tá infestado de pedaços obscuros de programas) de um funcionário da Petrobras ou da presidência da república.

Assim fica muito fácio que os americanos escolham que politicos ou autoridades ou empresários brasileiros querem derrubar, à pretexto de combate à corrupção, pra favorecer seus próprios negócios.

Se corruptocracia é a regra da democracia representativa e tá tudo grampeado então é só derrubar apenas os que atrapalham os negócios americanos!

Você pode entender melhor isto observando 4 peças fundamentais no atual jogo mundial do poder:

Peça 1: A Espionagem Global: quem tem na mão a espionagem universal(indexação de dados de qualquer computador/celular e comunicações) sabe onde mover as milhares(até bilhões) de peças/variáveis no tabuleiro mundial de xadrez do poder,

Peça 2: A Corruptocracia: A Regra básica da "democracia" representativa: Quem fizer mais Toma-lá-dá-cá terá como pagar mais publicidade ou "expontâneo" apoio midiático e quem for mais bem visto será mais eleito.

Peça 3: As fogueiras das vaidades humanas: aqueles atores(Juizes, promotores, jornalistas, etc...) menos cientes da peça 1 e que não forem seduzidos por vantagens transnacionais podem ser recrutados pela sedução de terem informações poderosas nas mãos para se passarem como sapientes justiceiros do combate à corrupção. Se os interesses políticos forem convergentes então o fator vaidade será irrelevante.

Peça 4: A preguiça de pensar das massas e consequente tendência a decidir mais pelas emoções(ódio) que pela razão. Alvos fáceis dos algoritimos de Zukemberg já testados com sucesso em Operações psicologicas em grandes populações simplesmente permitindo ou restringindo mais ou menos compartilhamentos de emoções, de ódio ou de serenidade e razão.

As peças 1 e 2 permitem que o Poder Global(Peça 1), ciente de que quem estiver no poder eletivo certamente o conquistou por meios corruptos(Peça 2), então simplesmente escolhe, conforme lucre mais, sobre quais políticos deverá revelar as corrupções às autoridades persecutórias locais(Peça 3) e quais politicos deverá poupar com informações obtidas ilegalmente pela espionagem global. Conjuntamente atuam sobre veículos de imprensa e sobre regras de disseminação de postagens em redes sociais e alimentam as emoções preguiçosas das massas(Peça 4) que fazem o resto do trabalho de tornar legítima a estratégia de derrubada de governo que favoreça as massas e fazer chegar no poder os politicos que privilegiem as grandes jogadas financeiras.

RESUMINDO: Corruptocracia + espionagem = derrubar só os políticos que não interessam aos EUA!


Corruptocracia é todo um xadrez à parte e fiz um esboço do mesmo neste pequeno artigo:

http://denismouradelima.jusbrasil.com.br/artigos/156797790/corruptocracia

Assim conclui-se que nenhum político brasileiro que esteve ou esteja no poder ousará contrariar os EUA simplesmente porque sabem que a NSA grapeou todo mundo e como na democracia representativa chega-se ao poder somente atraves de toma-lá-dá-cá todo mundo tá refém com medo de alguma prova ilícita virar "pé na porta" lícito e metê-los em cana.

Explicando a questão 4 com a tese 2:
Questão 4:
"Desconhece-se ALGUMA reação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, quer por nota diplomática, quer por ação da Advocacia Geral da União, contestando, não o mérito do processo, mas sim algo anterior, a própria jurisdição do Departamento de Justiça. Na falta de qualquer reação mais direta, não se soube de um telefonema do Embaixador brasileiro em Washington ao Departamento de Justiça. O Estado brasileiro aceitou ser processado, não contestou a jurisdição indevida e desamparada de qualquer base de Direito Internacional".

Tese 2:
Conforme a correspondência da embaixada americana no brasil datada de 02/12/2009 vazada pelo Wikileaks em 13/12/2010 o PSDB prometia aos americanos rever lei de partilha do pré-sal para beneficiar os interesses dos EUA:

“A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?”. Este é o título de um extenso telegrama enviado pelo consulado americano no Rio de Janeiro a Washington em 2 de dezembro de 2009 sobre a o risco aos americanos de que a exploração do pré-sal fosse exclusivo da estatal brasileira Petrobras e, assim, não pudesse ser explorada livremente por empresas americanas.


Como ele, outros cinco telegramas que foram publicados pelo WikiLeaks em 13/12/2010 mostram como a missão americana no Brasil tem acompanhado desde os primeiros rumores até a elaboração das regras para a exploração do pré-sal – e como fazem lobby pelos interesses das petroleiras americanas.

Os documento revelam a insatisfação das pretroleiras com a lei de exploração aprovada pelo Congresso – em especial, com o fato de que a Petrobras será a única operadora – e como elas atuaram fortemente no Senado para mudar a lei.

“Eles são os profissionais e nós somos os amadores”, teria afirmado Patrícia Padral, diretora da americana Chevron no Brasil, sobre a lei proposta pelo governo . Segundo ela, o tucano José Serra teria prometido mudar as regras se fosse eleito presidente.


"RIO'S OIL PLAYERS REACT TO SPECULATION ON PRE-SALT REGULATIONS

PETROBRAS AS SOLE OPERATOR --------------------------

(C) Reaction by Rio de Janeiro-based representatives of American oil companies to the possibility of Petrobras as the sole operator is mixed. Exxon Mobile's External Relations Director Carla Lacerda, told Rio FCS officer on August 10 the proposed model constituted a reversion to Brazil's former monopoly system. As the sole operator, she explained, Petrobras would have more control over equipment purchases, personnel, and technology selection, which, in turn, could adversely affect U.S. equipment and service supply to Brazil. Chevron's Director for Business Development and Government Relations Patricia Pradal told Rio Econoff on August 21 that she had doubts over the legality of such a provision. "The Brazilian government will have to fight this out in the courts or change the shareholder composition of Petrobras to give the government a greater share," she explained. In spite of that possibility, Pradal did not believe non-operating partner status would necessarily be bad for Chevron. She stated, "We are trying to maintain a lower profile nowadays," adding, "We area already partnering with RIO DE JAN 00000288 002 OF 003

A reação dos representantes de companhias petrolíferas do Rio de Janeiro à possibilidade de a Petrobras ser o único operador é mista. A Diretora de Relações Exteriores da Exxon Mobile, Carla Lacerda, disse ao diretor do Rio FCS em 10 de agosto que o modelo proposto constitui uma reversão ao antigo sistema de monopólio do Brasil. Como única operadora, ela explicou, a Petrobras teria mais controle sobre compras de equipamentos, pessoal e seleção de tecnologia, o que, por sua vez, poderia afetar adversamente o fornecimento de equipamentos e serviços dos EUA ao Brasil. A Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações Públicas da Chevron, Patricia Pradal, disse ao Rio Econoff em 21 de agosto que tinha dúvidas sobre a legalidade de tal disposição. "O governo brasileiro terá que lutar contra isso nos tribunais ou alterar a composição acionária da Petrobras para dar ao governo uma maior participação", explicou. Apesar dessa possibilidade, Pradal não acreditava que o status de sócio não operacional seria necessariamente ruim para a Chevron. Ela afirmou: "Estamos tentando manter um perfil mais baixo hoje em dia", acrescentando: "Nós já estamos em parceria com a Petrobras em cinco projetos aqui".

RIO DE JAN 00000288 002 OF 003


Partilha

Pouco depois das primeiras propostas para a regulação do pré-sal, o consulado do Rio de Janeiro enviou um telegrama confidencial reunindo as impressões de executivos das petroleiras.

O telegrama de  27 de agosto de 2009 mostra que a exclusividade da Petrobras na exploração é vista como um “anátema” pela indústria.

É que, para o pré-sal, o governo brasileiro mudou o sistema de exploração. As exploradoras não terão, como em outros locais, a concessão dos campos de petróleo, sendo “donas” do petróleo por um deteminado tempo. No pré-sal elas terão que seguir um modelo de partilha, entregando pelo menos 30% à União. Além disso, a Petrobras será a operadora exclusiva.

Para a diretora de relações internacionais da Exxon Mobile, Carla Lacerda, a Petrobras terá todo controle sobre  a compra  de equipamentos, tecnologia e a contratação de pessoal, o que poderia prejudicar os fornecedores americanos.

A diretora de relações governamentais da Chevron, Patrícia Padral, vai mais longe, acusando o governo de fazer uso “político” do modelo.

Outra decisão bastante criticada é a criação da estatal PetroSal para administrar as novas reservas.

Fernando José Cunha, diretor-geral da Petrobras para África, Ásia, e Eurásia,  chega a dizer ao representante econômico do consulado que a nova empresa iria acabar minando recursos da Petrobrás. O único fim, para ele, seria político: “O PMDB precisa da sua própria empresa”.

Mesmo com tanta reclamação, o telegrama deixa claro que as empresas americanas querem ficar no Brasil para explorar o pré-sal.

Para a Exxon Mobile, o mercado brasileiro é atraente em especial considerando o acesso cada vez mais limitado às reservas no mundo todo.

“As regras sempre podem mudar depois”, teria afirmado Patrícia Padral, da Chevron.



Although Rio de Janeiro-based representatives of Chevron and Exxon Mobile are bracing for a far more challenging operating environment, both companies will maintain an active presence in Brazil, regardless of the changes the new reform package brings. According to Exxon Mobile's Lacerda, the Brazilian market remains attractive, especially considering declining access to reserves, world wide. Chevron's Padral conceded her company will be "struggling" in the coming years, but said existing investments and her company's long-term goals here will keep Chevron engaged. "The rules can always improve later on," she said. Both Lacerda and Padral stated their companies were accustomed to PSCs world-wide and would enter into them here, given competitive and transparent terms.

Embora os representantes da Chevron e da Exxon Mobile sedeados no Rio de Janeiro estejam se preparando para um ambiente operacional muito mais desafiador, ambas as empresas manterão uma presença ativa no Brasil, independentemente das mudanças que o novo pacote de reformas traz. De acordo com a Lacerda da Exxon Mobile, o mercado brasileiro permanece atraente, especialmente considerando o declínio do acesso às reservas, em todo o mundo. A Padral da Chevron admitiu que sua empresa estará "lutando" nos próximos anos, mas disse que os investimentos existentes e os objetivos de longo prazo da empresa aqui manterão a Chevron envolvida. "As regras podem sempre melhorar mais tarde", disse ela. Tanto Lacerda quanto Padral afirmaram que suas empresas estavam acostumadas a PSCs em todo o mundo e que iriam entrar nelas aqui, em termos competitivos e transparentes.

https://wikileaks.org/plusd/cables/09RIODEJANEIRO288_a.html



Combatendo a lei

Essa mesma a postura teria sido transmitida pelo pré-candidtao do PSDB a presidência José Serra, segundo outro telegrama enviado a Washington em 2 de dezembro de 2009.

O telegrama intitulado “A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?” detalha a estratégia de lobby adotada pela indústria no Congresso.

Uma das maiores preocupações dos americanos era que o modelo favorecesse a competição chinesa, já que a empresa estatal da China, poderia oferecer mais lucros ao governo brasileiro.

Patrícia Padral teria reclamado da apatia da oposição: “O PSDB não apareceu neste debate”.

Segundo ela, José Serra se opunha à lei, mas não demonstrava “senso de urgência”. “Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, teria dito o pré-candidato.



PSDB'S SERRA REPORTEDLY OPPOSES FRAMEWORK, BUT NO SENSE OF URGENCY 3. (C) According to IBP's Pradal, likely PSDB 2010 Presidential Candidate Jose Serra opposed the framework, but seemed to lack a sense of urgency on the issue. She quoted him as telling industry representatives, "Let those guys [Worker's Party] do what they want. There will be no bid rounds, and then we will show everyone that the old model worked...And we will change it back." As for what would happen to foreign oil companies in the meantime, Serra reportedly remarked, "You will come and go." Congressional sources have also told Embassy officers that Serra has signaled PSDB and other opposition sources that they should amend - but not oppose the final Pre-Salt legislation, and urged opposition legislators to avoid vocal opposition to the law.

(C) De acordo com Pradal, do IBP, o provável candidato presidencial do PSDB, José Serra, opôs-se à estrutura, mas parecia não ter um senso de urgência sobre a questão. Ela citou ele como dizendo aos representantes da indústria: "Deixe aqueles caras fazerem o que quiserem, não haverá rodadas de licitação e então mostraremos a todos que o modelo antigo funcionou ... E vamos mudar isso de volta". Quanto ao que aconteceria com companhias petrolíferas estrangeiras entretanto, Serra teria observado: "Você vai e vem". Fontes do Congresso também disseram aos oficiais da embaixada que Serra sinalizou ao PSDB e outras fontes da oposição que deveriam emendar - mas não se opor à legislação final do Pré-Sal, e pediu aos legisladores da oposição para evitar a oposição vocal à lei.

https://wikileaks.org/plusd/cables/09RIODEJANEIRO369_a.html

As explicações das cartas diplomáticas acima fazem parte de artigo de Natália Viana disponível em: https://cartacapitalwikileaks.wordpress.com/2010/12/13/nos-bastidores-o-lobby-pelo-pre-sal/

Diante dos fatos fica previsível que o atual Ministro das Relações Exteriores José Serra não executará nenhuma reação de defesa dos interesses brasileiros neste caso porque desde 2009 ele mesmo e o PSDB eram os principais apoiadores das Petroleiras americanas no lobbie contra a a lei de regime de partilha votado à época que dava exclusividade da Petrobras na exploração do Pré-sal garantindo maiores recursos pra educação brasileira.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Combate seletivo à corrupção pode ser a nova jogada para favorecer negócios em parceria com NSA e CIA

Vou repetir:

Certamente a maioria dos políticos são corruptos assim como a maioria dos que chegaram ao topo dos poderes não eleitos(STF, PGR, STJ, PF, presidentes de concessões de mídia etc...). Alguns mais outros menos. Mas todos devem ser corruptos porque esta é a regra básica da democracia representativa: a Corruptocracia.

Nossa democracia nasceu assim: após a revolução francesa algum pensador(creio que Tocqueville)(1) teve a genial idéia de manter os mais ricos cada vez mais ricos e com suas cabeças preservadas da ira do povo dilapidado simplesmente fazendo este mesmo povo ser o culpado por votar elegendo seus futuros algozes sem se tocarem que quem tinha mais dinheiro pagou mais sua publicidade e se fez conhecer mais que os outros candidatos e, portanto, teria garantido sua eleição. O financiamento de campanhas eleitorais garantiria que o poder continuasse na mão dos mais ricos e funcionasse prioritariamente a favor dos mais ricos. PRONTO: ASSIM NASCEU NOSSA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA ou pelo seu verdadeiro nome: CORRUPTOCRACIA(2): Quem oferecer mais toma-lá-dá-cá à quem lhe pagar mais garantirá sua eleição e a devida contrapartida em vantagens pra drenar recursos da coletividade e privilegiar seus investidores. E isto tudo com a legitimidade da soberania popular, afinal todos foram eleitos pelo povo! GENIAL!!!

Então a questão é se está havendo repressão uniforme à corrupção ou não. É se não está a quem está beneficiando esta parcialidade?

E questionar isto não implica defender A ou B.

Eu estaria igualmente preocupado se a cabeça escolhida pra mesa dos poderosos fosse apenas as do PSDB porque isto indicaria da mesma forma que a cúpula das instituições estavam à serviço de uma minoria autocrata e não à serviço do povo brasileiro.

Considerando que todos os políticos são mais ou menos corruptos(CORRUPTICRACIA: regra da democracia representativa) estaria a Lava-jato recebendo provas ilegais e parciais fornecidas pelo Departamento de Estado Americano via interceptação estratégica da NSA certamente só apresentando ao Moro evidências que interessam aos americanos? Evidências de corrupção, legais ou não, que devem existir de todos os políticos porque esta é a regra: "quem mais faz Toma-la-da-ca mais de elege" mas que os americanos somente passariam ao Moro as provas que afastariam o grupo que destinaria a maior parte do pré-sal para a educação libertadora dos brasileiros e não para as suas grandes companhia petrolíferas como a turma do Serra conseguiu agora destinar aos americanos, junto com o PMDB, depois de conseguir afastar a Dilma?

Eu quero todos os corruptos afastados e na cadeia e não apenas os que interessam ao Status Quo destruir enquanto blinda outros que lhe são favoráveis, lhe perdoam as sonegações bilionárias, lhe emprestam a juros baixos via BNDES, tangem o gado povo pra sair da previdência pública pra engordar as providências privadas de seus bancos, impõem ao povo o cruel teto pra despesas com os serviços públicos essenciais a fim de manter livre e crescendo a fatia do orçamento da União disponivel pra pagar os serviços da dívida (Toma-la-da-ca: você político me paga juros mais altos nestes títulos que te compro hoje que eu mantenho teus financiamentos políticos-mediático favoráveis à você).

ISTO É O QUE ME PREOCUPA!!!


Como servidor público, como sou, devemos ser imparciais e dever obediência apenas ao povo e Constituição e das leis emanadas do povo.

Aos ativistas do controle social, como eu sou também, quero alertar:  se hoje aceitamos a parcialidade da persecução criminal porque ela atende ao nosso ódio fomentado pela opinião pública dominante(mídia do Status Quo) não devemos depois reclamar quando está mesma serpente nos perseguir e morder porque faremos, algum dia, também controle social sobre o judiciário (como hoje fazemos aos poderes eleitos pelo povo).

Não reclamamos quando nosso ativismo incomodar este poder não eleito pelo povo(Judiciário) e ele se voltar contra as instituições que fazem controle social no Brasil.


NÃO ME INTERESSA SE O ENREDO DESTA NOVELA REALITE SHOW É DIVERTIDO OU NÃO.

INTERESSA É QUEM TÁ GANHANDO E QUEM TÁ PERDENDO NISTO TUDO.

Até agora só o povo tá perdendo.

Então este tipo de combate à corrupção serve pra que se ela piora as coisas pra maioria do povo brasileiro???

O fato é que a nação está perdendo muito com o desenrolar destas turbulências políticas. A bagunça jurídico-midiática crescente é provocada por um conjunto de ações dos altos escalões dos poderes que não estão sendo imparciais.


E deve ter pressão do Status Quo(daqui e/ou da matriz EUA) garantindo isto.





Imagine que pra chegar à PGR ou à ministro do STF ganha quem fizer mais Toma-la-da-ca ilegal debaixo dos panos. Só que a NSA tem tudo porque os otarios aqui usam os softwares americanos cheios de backdoors prós EUA indexar tudo. Aí é fácil chabtagear: "ou tu ferra esse grupo aqui e alivia aquele lá que me favorece ou eu vazo todas tuas safadezas e tu perdes o cargo".

Bem vindos à RealPolik.

PS: sabendo que a NSA também tá indexando isto que estou dizendo aproveito pra dizer pra eles:

Ei NSA vá tomar no c*!

Não existe almoço grátis!

Se o treinamento do Moro fosse na Rússia certamente ele seria treinado e direcionado aos interesse do Putin.

Se fosse promovido pelo governo britânico seria pra favorecer aquele país.

Se fosse pela Síria idem.

As evidências de interferências pouco republicanas por parte de fortes grupos econômicos(aqui e lá) são vastas de quais interesses maiores estão por trás da bagunça política fomentada no Brasil à pretexto de "combate à corrupção".

Combate democrático é quando é imparcial.

A repressão aos crimes tem que ser uniforme como manda a Constituição Federal cidadã de 1988.

Fora isto todo combate parcial à corrupção é CRIME CONTRA O POVO BRASILEIRO!!!

Agente de Polícia Federal Denis Moura de Lima.

(2) Lima, Denis: Corruptocracia - Governo dos mais corruptos. Disponível em: http://denismouradelima.jusbrasil.com.br/artigos/156797790/corruptocracia